O presidente da Universidade A&M da Flórida, Larry Robinson, anunciou que deixará o cargo após quase sete anos à frente da única universidade pública historicamente negra do estado e planeja retornar ao corpo docente.
Em uma carta endereçada a “FAMUly and Friends” publicada online, Robinson não detalhou suas razões para decidir deixar a presidência. Mas ele descreveu a decisão como vindo com “muitas emoções — orgulho, alegria, gratidão, alguma tristeza, é claro, mas ao mesmo tempo, esperança e antecipação.”
“A chance de servir nossos alunos, o estado da Flórida e nossa nação neste papel único me deixou mais convencido do que nunca do poder transformador da educação”, escreveu Robinson na carta. “Esses últimos anos apenas fortaleceram minha crença central no poder único das HCBUs (faculdades e universidades historicamente negras) para moldar vidas e nutrir talentos essenciais que servem nossas famílias e comunidades. Desempenhar até mesmo um pequeno papel nisso é o privilégio de uma vida inteira.”
Não ficou imediatamente claro quando Robinson deixará a presidência, com a universidade dizendo em um comunicado à imprensa que a data será “determinada em consulta” com o Conselho de Curadores da escola. Depois de tirar um ano sabático, Robinson planeja retornar a servir como professor na Escola de Meio Ambiente da FAMU, uma posição que ocupou antes de se tornar presidente.
O anúncio de sexta-feira veio depois de um período turbulento na FAMU, que atraiu atenção generalizada depois que a escola aceitou — e finalmente rejeitou — uma doação de US$ 237 milhões após surgirem dúvidas sobre sua legitimidade. A doação foi anunciada na cerimônia de formatura da FAMU em maio, mas rapidamente atraiu ceticismo e levou a uma investigação.
Robinson pediu desculpas aos curadores durante uma reunião do conselho em maio e disse que ignorou “sinais de alerta” sobre a suposta doação.
“Eu vi nessa doação sem precedentes o potencial de servir nossos alunos e nossos programas atléticos de maneiras inimagináveis naquela época. Seria realmente transformador, eu acreditava. Eu queria que fosse real e ignorei os sinais de alerta ao longo do caminho. Não houve ganho pessoal, mas o impacto em nossos alunos e nossa universidade teria sido extraordinário”, Robinson disse aos curadores.
Em uma declaração na sexta-feira, a presidente do conselho, Kristin Harper, elogiou Robinson, dizendo que seu “amor pela FAMU, liderança firme e dedicação inabalável ao sucesso de nossos alunos deixarão uma marca indelével na história desta universidade”.
Robinson tornou-se presidente em novembro de 2017, após ocupar o cargo duas vezes em funções interinas. Ele também atuou anteriormente como reitor e vice-presidente de assuntos acadêmicos, diretor executivo e vice-presidente de pesquisa.
A renúncia de Robinson dará continuidade à rotatividade generalizada nos últimos anos nas principais funções nas universidades estaduais, com a University of Florida, Florida State University, University of North Florida, University of South Florida, Florida International University, Florida Gulf Coast University, New College of Florida e Florida Polytechnic University, todas recebendo novos presidentes. Além disso, a Florida Atlantic University tem um presidente interino.
A presidente mais antiga do sistema é a presidente da Universidade da Flórida Ocidental, Martha Saunders, que se tornou presidente da escola de Pensacola em janeiro de 2017.
