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Flexibilização em avaliação pode impulsionar concessões do BPC

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Uma nova proposta está sendo discutida no governo de Luiz Inácio Lula da Silva que pode mudar a maneira como é feita a avaliação de pessoas com deficiência, impactando diretamente a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Sugestões apresentadas pelo Ministério dos Direitos Humanos visam criar um sistema unificado de avaliação, aumentando assim o número de beneficiários do programa social.

A alteração proposta vem em um momento delicado, já que a equipe econômica está focada em cortar gastos. Esta proposta gerou discussões e divergências entre diferentes setores do governo. O BPC, que atualmente beneficia cerca de 6 milhões de pessoas, sendo 3,2 milhões com alguma deficiência, representa uma despesa significativa, calculada em R$ 105,1 bilhões para este ano.

O que muda com o novo sistema de avaliação?

O plano é implementar um modelo de avaliação que englobe não apenas aspectos físicos e psicológicos, mas também sociais e ambientais. Esse novo formato, baseado no Instrumento de Funcionalidade Brasileiro Modificado (IFBrM), permitiria uma avaliação mais ampla e detalhada, reconhecendo as barreiras que as pessoas com deficiência enfrentam no dia a dia.

Como a proposta pode ajudar as pessoas com deficiência?

Este avanço na maneira de avaliar tem o potencial de beneficiar não apenas os indivíduos que buscam o BPC, mas também outras políticas públicas destinadas a pessoas com deficiência. Além de possíveis isenções no Imposto de Renda, a mudança poderia facilitar o acesso a programas de reabilitação, empregos reservados por cotas e até mesmo benefícios como o passe livre.

Desafios e controvérsias da nova medida

Apesar dos potenciais benefícios, a proposta de um sistema unificado de avaliação não é unanimidade dentro do governo. Uma ala defende que os critérios revisados sejam aplicados apenas em outras políticas, excluindo o BPC. Isso se deve ao temor de que esse alargamento nos critérios de reconhecimento pode levar a um substancial aumento nas despesas públicas.

  • Críticas Técnicas: Especialistas argumentam que, ao envolver agentes de saúde dos municípios na avaliação, pode-se aumentar a discricionariedade do processo.
  • Impactos Financeiros: O Ministério de Direitos Humanos está analisando estudos de impactos que as mudanças podem gerar nos cofres públicos.
  • Metodologia: A adoção de uma avaliação biopsicossocial pode, inclusive, oferecer uma economia de recursos ao identificar serviços específicos de reabilitação que cada indivíduo necessita.

Apesar de tudo, os debates continuam enquanto se aguarda a formatação de um decreto que formalize essas mudanças. Enquanto isso, benefícios já concedidos seguem impactando as decisões sobre controlo de gastos, um desafio constante para o governo.

A continuidade deste tema promete mais discussões, especialmente no que diz respeito ao equilíbrio entre oferecer apoio necessário aos cidadãos e controlar o orçamento nacional. A comunidade de pessoas com deficiência, assim como toda a sociedade, aguarda os desenvolvimentos com grande expectativa.



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