O ministro Toffoli decidiu hoje anular todas as provas obtidas a partir da delação da Odebrecht, atendendo a um pedido da defesa de Lula. O ministro afirmou em decisão que as provas são imprestáveis, por terem sido obtidas por meios “heterodoxos e ilegais”.
Numa longa decisão, que mais parece um ato de desagravo a Lula, ele disse que agentes se valeram de “verdadeira tortura psicológica, um pau de arara do século XXI, para obter “provas” contra inocentes”, e que a condenação foi “um dos maiores erros da história judiciária do país”.
“Tratou-se de uma armação fruto de um projeto de poder de determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do Estado por meios aparentemente legais, mas com métodos e ações contra legem (contra a lei).”
Ministro disse ainda que prisão de Lula foi “ovo da serpente dos ataques à democracia e às instituições que já se prenunciavam em ações e vozes desses agentes contra as instituições e ao próprio STF”. “Ovo esse chocado por autoridades que fizeram desvio de função, agindo em conluio para atingir instituições, autoridades, empresas e alvos específicos”, continuou.
“Esses agentes desrespeitaram o devido processo legal, descumpriram decisões judiciais superiores, subverteram provas, agiram com parcialidade e fora de sua esfera de competência.”
Toffoli chegou ao ponto de acusar a Lava Jato de “destruir tecnologias nacionais, empresas, empregos e patrimônios públicos e privados”, seguindo exatamente os argumentos petistas. Mais, os atos praticados pela força-tarefa teriam atingido “vidas, ceifadas por tumores adquiridos, acidentes vascular (sic) e ataques cardíacos, um deles em plena audiência, entre outras consequências físicas e mentais”, aparentemente se referindo à morte da ex-primeira-dama, Marisa Letícia Lula da Silva, que morreu vítima de um AVC em 2017.
Detalhe interessante: uma das advogadas na ação é a esposa do agora ministro Zanin, ex-advogado do líder petista.
Aparentemente, a esquerda não está satisfeita em conseguir descondenar Lula e alçá-lo à presidência. É preciso reescrever a história, apagando o maior saque ao estado da história, com desvios multibilionários para alimentar um projeto totalitário de poder, não só no Brasil, mas no exterior. Devemos apagar da memória que bilhões foram devolvidos, depois de DEZENAS de confissões, e MILHARES de provas serem apresentadas. Até mesmo nos EUA a Petrobras e a Odebrecht foram condenadas pelos mesmos crimes.
Como afirmou o ministro Fux: “ninguém pode esquecer que ocorreu no Brasil, no mensalão, na Lava Jato. Muito embora tenha havido uma anulação formal, mas aqueles R$ 50 milhões das malas eram verdadeiros, não eram notas americanas falsificadas. O gerente que trabalhava na Petrobras devolveu 98 milhões de dólares e confessou efetivamente que tinha assim agido.”
Também devemos esquecer que o próprio ministro Toffoli seria chamado nas conversas internas da Odebrecht de “amigo do amigo do meu pai”, segundo o ex-diretor da empresa Marcelo Odebrecht, em conversa com procuradores revelada pela revista Crusoé. A matéria foi alvo de censura no âmbito do inquérito das “Fake News”, aquele monumento ao Estado Democrático de Direito, em que os ministros figuram como vítimas e julgadores, ao mesmo tempo. Em tal procedimento, mais de 400 críticos do Supremo e do establishment político em geral estão sendo censurados e perseguidos.
Chama a atenção a alegação de “tortura” e de uso de meios “heterodoxos e ilegais”, enquanto o entorno do ex-presidente Bolsonaro é alvo de buscas e apreensões e prisões no âmbito de inquéritos abertos de ofício pelo próprio Supremo, sob a acusação de “crimes” de opinião. Mauro Cid, principal assessor de Bolsonaro, segue preso por ter supostamente vendido um presente dado ao ex-presidente (um relógio), sendo pressionado a fazer uma delação premiada, segundo a imprensa. Seria uma tortura “do bem”?
Podemos concluir que não há mais qualquer pudor, e o objetivo é simplesmente consolidar o poder, acabar com qualquer oposição e reescrever a história, como os comunistas sempre fizeram.
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