Críticas de concertos
O guitarrista do GNR, dono de uma Gibson, tocou nove faixas de seu novo disco, mas não fez covers de nenhum material de seus outros projetos.
Slash, que se apresentou recentemente no Jimmy Kimmel Live, foi a atração principal do festival SERPENT inaugural na quinta-feira à noite no Leader Bank Pavilion. Randy Holmes
Ao chegar ao final de seu set solo de duas horas de blues, Slash não conseguiu deixar de sorrir.
O herói da guitarra, conhecido principalmente por seus feitos heroicos no heavy metal com o Guns 'N Roses, assim como por sua recente participação com Myles Kennedy e The Conspirators, conseguiu mostrar um lado mais blues de seu repertório como atração principal do festival inaugural SERPENT, na quinta-feira à noite no Leader Bank Pavilion.
Anunciado como uma “Celebração do Blues”, o festival, que significa “Solidariedade, Engajamento, Restauração, Paz, Igualdade e Tolerância”, tocou para uma multidão entusiasmada de aproximadamente 3.000 pessoas. O local ao ar livre serviu como o cenário perfeito para exibir músicas do novo álbum de covers de blues de Slash, “Orgy of the Damned”.
“Vocês são f—ing incríveis”, disse Slash, antes de apresentar os membros de sua banda Blues Ball. “Mas Boston é sempre f—ing incrível.”
O guitarrista que usa uma Gibson aproveitou ao máximo, tocando nove faixas de seu novo disco, mas mantendo-se no momento e evitando fazer covers de qualquer material de seus outros projetos.
O resultado final provou ser mais um caso descontraído, ao contrário de alguns dos fogos de artifício de punhos cerrados de turnês passadas. No entanto, Slash ainda conseguiu fazer tudo funcionar com facilidade sem esforço.
Dos riffs de abertura do cover de Bukka White, “Parchman Farm Blues”, ao groove sem fim de “Killing Floor” de Howlin' Wolf — o último dos quais foi coberto perfeitamente no novo disco pelo vocalista do AC/DC, Brian Johnson, com Steven Tyler do Aerosmith tocando gaita — Slash serviu à multidão uma dose saudável de Blues101 com fogo fervente. O calor abafado de 92 graus só pareceu se emprestar à atmosfera ambiente encharcada de suor.
O guitarrista conseguiu prestar homenagem a vários artistas, desde o Fleetwood Mac da era pré-histórica de Peter Green em cortes como “Oh Well”, até o shuffle descontraído de Freddie King em “Big Legged Woman”. Sua mistura única de paixão e precisão também levou “The Pusher” de Hoyt Axton a uma brincadeira habilidosa. Cada música deu ao mestre dos riffs bastante espaço e tempo solo estendido para ampliar sua paleta criativa.
Slash até conseguiu canalizar seu Peter Frampton interior, utilizando a caixa acústica durante uma versão empolgante do hit do Temptations, “Papa Was a Rolling Stone”, outro ponto alto do set.
O show de abertura foi com Keb' Mo', que entrou em cena, juntando-se ao lendário guitarrista para uma versão arrebatadora do cover de Booker T. and the MG, “Born Under a Bad Sign”, dando uma aura adicional.
A banda Blues Ball de Slash se manteve firme durante toda a noite. O quarteto contou com o veterano utilitário do GNR Teddy “Zig Zag” Andreadis nos vocais e teclados, com Tash Neal nos vocais e guitarra. A dupla revezou-se nos vocais principais durante todo o set.
Andreadis forneceu alguma coragem para músicas como o cover de Lightnin' Hopkins, “Awful Dream”, enquanto também adicionava um toque de harpa, sempre que necessário. Neal abordou cortes inspirados no soul, como “Crossroad Blues” de Robert Johnson, bem como a faixa épica de Jimi Hendrix Experience, “Stone Free”, completa com uma jam session estendida que fechou o set inicial.
O baixista Johnny Griparic e o baterista Michael Jerome ancoraram a seção rítmica durante todo o bis da banda, tocando “It Takes a Lot to Laugh, It Takes a Train to Cry”, de Bob Dylan, antes de encerrar com o cover de Emore James, “Shake Your Money Maker”.
Com centenas de pessoas na plateia vestidas com trajes do Guns 'N Roses, ainda não dava para deixar de se perguntar se a multidão estava esperando algum B-side Axl Rose-iano para ressurgir. Se sim, eles saíram de mãos vazias. Slash seguiu rigorosamente seu roteiro coberto de blues dessa vez.
O mais perto que o machado chegou foi dedilhar o tema de amor de “The Godfather”, “Speak Softly Love”, que serviu como um grampo de concerto na turnê de reunião do GNR. Mas em vez de usá-lo como uma introdução para “Sweet Child 'O Mine”, o pistoleiro optou por lançar o padrão T-Bone Walker “Stormy Monday”, em vez disso.
Slash ainda conseguiu surpreender, no entanto, tocando sua música instrumental original “Metal Chestnut” de seu novo disco no final da noite, satisfazendo todos os guitarristas imaginários na plateia.
Setlist para Slash no Leader Bank Pavilion, 1 de agosto de 2024
- Parchman Farm Blues (capa de Bukka White)
- Killing Floor (capa de Howlin' Wolf)
- Oh Well (cover do Fleetwood Mac) com solo de roda
- Mulher de pernas grandes (capa de Freddie King)
- Sonho horrível (capa de Lightnin' Hopkins)
- Papa Was a Rolling Stone (capa de The Temptations)
- Segunda-feira tempestuosa (capa de T-Bone Walker)
- The Pusher (capa de Hoyt Axton)
- Born Under a Bad Sign (capa de Booker T. & the MG, com Mo Krebs)
- Castanha de Metal
- Cross Road Blues (capa de Robert Johnson)
- Jam estendido do Stone Free (cover do Jimi Hendrix Experience)
BIS:
- É preciso muito para rir, é preciso um trem para chorar (cover de Bob Dylan)
- Agite seu criador de dinheiro (capa de Elmore James)
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